Em busca dos “achadouros de infâncias”
A etnografia como possibilidade de aproximação às experiências de infâncias em contextos de acolhimento institucional
Resumen
O texto compartilha reflexões tecidas em torno de uma pesquisa etnográfica com crianças temporariamente afastadas de suas famílias e vivendo em contextos de acolhimento institucional. Se inscreve no campo da Educação em diálogo com as Ciências Sociais e percorre dois eixos de discussão: i) a etnografia com crianças assentada na “autoridade etnográfica dialógica e polifônica”; ii) o encontro com a polifonia das narrativas infantis. A busca por “achadouros de infâncias” ao possibilitar uma aproximação às experiências de infâncias institucionalmente acolhidas, reafirma a necessidade de abrir espaço para a continuidade de estudos acerca desta temática, rumo à produção de um conhecimento reflexivo e pautado na sutileza do encontro com as crianças.
Palabras clave:
infâncias, crianças, acolhimento institucional, etnografiaLicencia
Derechos de autor 2022 Roseli Nazario
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Descargas
Citas
Barros, M. (2003) Livro das Ignorãças. 10 ed. Rio de Janeiro, Brasil: Record.
Barros, M. (2006) Memórias inventadas: a segunda infância. São Paulo, Brasil: Planeta, 1 v. (não paginado)
Barros, M. (2010) Poesia completa. São Paulo, Brasil: Leya.
Bauman, Z. (1998) O mal-estar da pós-modernidade. Rio de Janeiro, Brasil: Jorge Zahar Editor.
Buckingham, D. (2007) Crescer na Era das Mídias Eletrônicas. São Paulo, Brasil: Loyola.
Caiafa, J. (2007) Aventura das cidades. Rio de Janeiro, Brasil: FGV Editora.
Christensen, P. & James, A. (2005). Investigação com crianças: perspectivas e práticas. Tradução Escola Superior de Educação de Paula Frassinetti. Portugal: ESE de Paula Frassinetti.
Clifford, J. & Marcus, G. (Org.). A escrita da cultura: poética e política da etnografia. Rio de Janeiro, Brasil: Papéis Selvagens Edições.
Coelho, M. C. (2016). Sobre tropas e cornetas: Apresentação à edição brasileira de Writing Culture. In: Clifford, J. & Marcus, G. (Org.). A escrita da cultura: poética e política da etnografia. Rio de Janeiro, Brasil: Papéis Selvagens Edições.
Danelon, M. (2015). A infância capturada: escola, governo, disciplina. In: Resende, H. (Org.), Michel Foucault: o governo da infância. Belo Horizonte, Brasil: Autêntica.
Deleuze, G. (2006). Diferença e repetição. Rio de Janeiro, Brasil: Graal.
Delgado, A. & Müller, F. (2008). Abordagens etnográficas nas pesquisas com crianças. In: Cruz, S. H. V. (Org.), A criança fala: a escuta de crianças em pesquisas. São Paulo, Brasil: Cortez.
Ferreira, A. (1995). Novo Dicionário da Língua Portuguesa. 2. ed. Rio de Janeiro, Brasil: Nova Fronteira.
Ferreira, M. (2000). Salvar os corpos, forjar a razão: contributo para uma análise crítica da criança e da infância como construção social em Portugal. Lisboa, Portugal: IIIE.
Ferreira, M. (2002). Os estranhos sabores da perplexidade numa etnografia com crianças em jardim de infância. In: Caria, T., Experiência etnográfica em Ciências Sociais. (p. 149-166.) Porto, Portugal: Afrontamentos.
Ferreira, M. (2004). Do avesso do brincar ou ... as relações entre pares, as rotinas da cultura infantil e a construção da(s) ordem(ens) social(ais) instituinte(s) das crianças no jardim de infância. In: Sarmento, M. J. & Cerisara, A. B. (Orgs.). (2004), Crianças e Miúdos: perspectivas sociopedagógicas da infância e educação. (p. 55-104).Porto, Portugal: Asa Editores.
Ferreira, M. (2010). “Ela é nossa prisioneira": questões teóricas, epistemológicas e ético-metodológicas a propósito dos processos de obtenção da permissão das crianças pequenas numa pesquisa etnográfica. Reflexão e Ação. Volume 18, p. 151-182.
Ferreira, M. & Lima, P. M. (2020). Infância e Etnografia: dialogia entre alteridades e similitudes. Perspectiva, v. 38, n. 1, p. 01-13, jan. /mar. Florianópolis, Brasil: CED-UFSC.
Fonseca, C. (1999). Quando cada caso NÃO é um caso: pesquisa etnográfica e educação. Revista Brasileira de Educação [online], n.10, p. 58-78.
Freitas, M. C. A criança pobre e suas desvantagens: o pensamento social no mundo dos apetrechos. In: Souza, G. (Org.). (2008), A criança em perspectiva: olhares do mundo sobre o tempo infância. São Paulo, Brasil: Cortez.
Goffman, E. (2010). Manicômios, Prisões e Conventos. Tradução de Dante Moreira Leite. 12ª edição. São Paulo, Brasil: Editora Perspectiva.
Graue, E. & Walsh, D. (2003). Investigação etnográfica com crianças: teorias, métodos e ética. Lisboa, Portugal: Fundação Calouste Gulbenkian.
Gusmão, N. M. M. (1997). Antropologia e Educação: origens de um diálogo. In: Gusmão, N. M. M. (Org.), Antropologia e Educação: interfaces do ensino e da pesquisa. Cadernos Cedes, Cedes/Unicamp, no 43, ano XVIII. p. 8-25.
Gusmão, N. M. M. (1999). Linguagem, cultura e alteridade: imagens do outro. Cadernos de Pesquisa, nº 107, p. 41-78.
Hammaberg, T. (1990). The UN Convention on the Rights of the Child: and how to make it work. Human Rights Quarterly, 12, p. 97-100.
James, A. & Prout, A. (1990). Constructing and Reconstructing Childhood: Contemporary Issues in the Sociological Study of Childhood. New York, Estados Unidos: Routledge Falmer.
Kuhlmann Junior, M. (1998). Infância e educação infantil. Porto Alegre, Brasil: Mediação.
Magnani, J. G. C. (2002). De perto e de dentro: notas para uma etnografia urbana. Revista Brasileira de Ciências Sociais, vol. 17, n. 49.
Magnani, J. G. C. (2009). Etnografia como prática e experiência. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, Brasil v. 32, n. 15, p. 129-156.
Nazario, R. (2014). A infância das crianças pequenas no contexto de acolhimento institucional: narrativas de meninas e meninos na Casa (Lar). (Tese de Doutorado). Florianópolis, Brasil: Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal de Santa Catarina.
Negri, M. A. E. (2012). Apropriações do pensamento de Zygmunt Bauman para análise da criação publicitária contemporânea. Revista Travessia, v. 6, n 2, 15ª edição, p. 106-123.
Pinto, M. & Sarmento, M. J. (1997). As crianças: contextos e identidades. Braga, Portugal: Ed. Bezerra.
Pratt, M. L. (2016). Trabalho de campo em lugares comuns. In: Clifford, J. & Marcus, G. (org.), A escrita da cultura: poética e política da etnografia. Rio de Janeiro, Brasil: Papéis Selvagens Edições.
Prout, A. (2004). Reconsiderar a nova sociologia da infância: para um estudo multidisciplinar das crianças. Ciclo de conferências em sociologia da infância 2003/2004 – IEC. Tradução: Helena Antunes. Revisão científica: Manuel Jacinto Sarmento e Natália Fernandes Soares. Braga, Portugal, (digitalizado).
Ribeiro, F. B. (2015). Os cabelos de Jennifer: Notas sobre participação e etnografia em contextos da “proteção à infância”. 4tas Jornadas de Estudios sobre la infancia: Lo público en lo privado y lo privado en lo público, p.320‐338. Buenos Aires, Argentina.
Rocha, E. A. C. (2008). Por quê ouvir as crianças? Algumas questões para um debate científico multidisciplinar. In: Cruz, S. H. V. (Org.). A criança fala: a escuta de crianças em pesquisas. São Paulo, Brasil: Cortez.
Rosa, I. M, Ferreira, M. M. & Lima, P. M. (2020). “¿Quieres jugar? ¡Así podrás ver mejor cómo se juega!”: La etnografía como una experiencia adulta de aprender a aprender con los niños. Diálogos sobre Educación – temas actuales en investigación educativa, año 11. Número 20. ISSN 2007-2171.
Rosemberg, F. & Mariano, C. L. S. (2010). A convenção internacional sobre os direitos da criança: debates e tensões. Cadernos de Pesquisa, v.40, n.141, p.693-728.
Sarmento, M. J. (2003). Imaginário e culturas da infância. Cadernos de Educação Universidade Federal de Pelotas. Ano 12, nº 21. Pelotas: FaE/UFPel.
Silva, H. & Milito, C. (1995). Vozes do meio-fio. Rio de Janeiro, Brasil: Relume-Dumará.
Silva, J. P. Barbosa, S. N. F. & Kramer, S. (2005). Questões teórico-metodológicas da pesquisa com criança. Perspectiva. Florianópolis, Brasil: CED/UFSC.
Soares, N. F. (1997). Direitos da Criança: utopia ou realidade. In: Pinto, M. & Sarmento, M. J. (Coord). (1997). As Crianças: contextos e identidades. Braga, Portugal: UMinho/CEC, Colecção Infans.
Spyrou, S. (2018). Disclosing childhoods. Research and knowledge production for a critical childhood studies. Londres, Inglaterra: Palgrave.
Thomas, N. P. (2021). Infância como conceito. In: Tomàs, C. Trevisan, G. Carvalho, M.J.L. & Fernandes, N., Conceitos-chave em Sociologia da Infância. Perspetivas Globais. UMinho Editora.
Tizatto, K. B. (2018). A rede de proteção dos direitos da criança: uma análise do acolhimento institucional a partir dos sujeitos. (Dissertação de Mestrado). Florianópolis, Brasil: Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal de Santa Catarina.
Velho, G. (1978). Observando o Familiar. In: Nunes, E. O., A Aventura Sociológica. Rio de Janeiro, Brasil: Zahar.
Vieira, A. C. (2021). Uma cartografia afectiva: encontros com bebês nas produções discursivas de documentos-afetos em instituições de acolhimento. (Dissertação de Mestrado). Florianópolis, Brasil: Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal de Santa Catarina.
Wenetz, I. (2011). Das escolhas que fiz: implicações etnográficas na pesquisa com crianças. Pró-Posições. Campinas, v. 22, n. 2 (65), p. 133-149.